"(...) Esta merda não pode ser muito dificil de entender: sem ser eu, duvido que haja alguém na blogoesfera que consiga subir de bicicleta dos Restauradores ao Príncipe Real sem parar para respirar. Se um percurso tão central à vida da cidade de Lisboa como este só está ao alcance de um gajo com umas pernas espectaculares como as minhas, do que é que estamos a falar quando se pretende falar da hipótese "bicicleta" como meio de transporte significativo e ao qual, portanto, se deve dar vantagem de investimento? , como é óbvio, caralhos ma'fodam (eu daqui a pouco passo-me da cremalheira, estou já a avisar). Como instrumento de lazer, faz todo o sentido, por exemplo, duas ou três ciclovias, que atravessem a cidade (pelo afamado corredor verde - onde é que ele anda, por falar nisso?), mas hipotecar a já pouca largura da maior parte das nossas ruas a um capricho ecológico ridículo é um desrespeito para quem ainda tem uma cidade tão mal preparada para fazer circular com a prioridade e conforto necessarios a merda de um autocarro. Se quisermos ser ecológicos com um mínimo de realismo, Lisboa será uma cidade para a vespa, para os motociclos de pequena cilindrada. O que é que impede as pessoas de andar de vespa? Se nem essa solução, perfeitamente racional (e contra a qual nenhum obstáculo se levanta, a não ser os carris desactivados dos eléctricos que ainda povoam tantas das nossas ruas, e que tanta desgraça já devem ter provocado), ainda pegou, o que é que se pretende ao propôr uma rede de ciclovias quando os únicos que se lembraram de andar diariamente de bicicleta por Lisboa são pessoas com problemas mentais, como aquele maluco que fez "uma experiência científica" de um mês e que depois gritou, com a mesma emoção com que o Neil chegou à Lua, "é possível"? É possivel... claro que é possivel, olha o caralho, tudo é possivel; é disso, essencialmente, que eu tenho medo: que o razoável perda para o que é possivel."
maradona in acausafoimodificada.blogs.sapot.pt
LRO