Sr. Presidente António Costa,
Agora que as eleições já são passado e os lisboetas lhe deram a maioria absoluta, venho por este meio pedir-lhe que comece a trabalhar por aquelas coisas pequeninas e óbvias. Sim, haverá grandes projectos e planos e estudos e relatórios e discussões e revisões e adendas, mas comecemos pelo óbvio que será mais fácil para todos. A minha lista de coisas óbvias que não acarretam grandes investimentos mas que me iriam dar um grande jeito e, com certeza, a uma franja enorme de lisboetas:
- um único bilhete que sirva para o comboio, o barco, o autocarro, o eléctrico, o metro, a bicicleta, o segway e tudo o mais que houver e que se possa recargar sempre que for necessário independentemente do operador de transportes. Os títulos de transportes existentes no mercado estão quase lá mas é uma estupidez extrema a lenga lenga do se carregou para o barco não dá para o metro e vice versa;
- permissão de elevadores e de alterações controladas no património construído da Baixa, senão não há investidor privado que pegue nos imóveis;
- levantamento dos espaços camarários devolutos e promoção de concursos abertos para a concessão destes espaços para ateliers, galerias, sala de exposições, oficinas, sedes de associações, etc. Concessões por um período máximo de 5 anos para não criar vícios;
- para efeitos burocráticos, divisão da cidade em três grandes zonas: oriente, centro e poente. Abertura de uma loja do munícipe em cada uma destas zonas e transferência de todos os serviços de atendimento ao público para estes locais;
- diminuição do número de Juntas de Freguesia da cidade, actualmente 53, para um máximo de 15, agrupadas também em três grandes conjuntos: oriente, centro e poente;
- todos os formulários, minutas e regulamentos disponíveis online
- concursos públicos abertos para todos os projectos de concepção de espaço público que sejam feitos por equipas exteriores à câmara;
- aprovação ou reprovação dos licenciamentos até um máximo de seis meses desde que o processo dá entrada até ao envio da carta com a decisão de deferimento ou indeferimento;
- taxas pesadas para ocupação da via pública com estaleiros de obra;
- recolha de lixo dia sim, dia não em cada zona da cidade. A maioria dos países da Europa não tem recolha de lixo diária, alguns têm apenas semanal, não há razão para que em Lisboa se processem recolhas diárias com todos os custos associados que acarretam;
Haveria mais, mas por agora se conseguir fazer isto creio que já será um conjunto de grandes passos na direcção certa. Quando a vida me permitir virei a este mesmo palco elencar outra serie de medidas óbvias mas estas já com custos mais elevados que isto é tudo muito bonito mas há coisas que custam muito dinheirinho... Para já é isto.
Estou ao seu dispor,
LRO