Que haja desigualdades sociais não me surpreende. É uma lei da sociedade que apenas replica o que já existe na natureza, onde há animais que levam uma santa vidinha com alimento e sexo à barda sem necessidade de grande esforço para merecer tal destino, e outros que levam uma existência de sacrificio à mercê de predadores, meses de jejum e longas jornadas migratórias para perpetuar a espécie.
O que me espanta e que me causa alguns engodos no estômago e comichão no cerebelo é que haja alguns meninos e meninas que ocupando o topo da pirâmide sejam sistematicamente contra as medidas que visam minorar as desigualdades como o rendimento mínimo garantido, habitação social, subsídio desemprego... O principal argumento é que estas medidas de ajuda apenas fomentam uma população ociosa, como se as falhas no sistema habilmente aproveitadas por alguns justificasse por si só a sua erradicação. Esta postura mais não faz do que ajudar a cavar o fosso social entre aqueles que pelo pedigree, a fortuna ou competência estão lá em cima e os outros, aqueles que pelo nascimento, falta de cabeça ou destino estão cá em baixo com todas as consequências que esse alongar da pirâmide acarreta.
LRO