30.1.09

Capital mundial do hostel: 1º, 2º, 3º e 8º

Lisboa tem quatro hostels na lista dos dez melhores. E não há aqui nenhum fenómeno paranormal. Há uma geração que cresceu a viajar e que trata os visitantes como gosta de ser tratada. O segredo é a qualidade
(...) "Sem qualquer sombra de dúvida, podemos revelar que o novo e incontestável centro do mundo dos hostels é... Lisboa. A capital portuguesa apareceu de lado nenhum para conquistar [na lista dos melhores hostels do mundo] os três primeiros lugares (e o oitavo também, só porque pode fazê-lo)." E pronto, não resta qualquer dúvida: temos os melhores hostels do mundo. E o mundo já sabe (aliás, já sabia antes de nós). Rumamos à Baixa. Os quatro hostels (leia-se alojamento low cost, em quartos partilhados, com beliches, por exemplo, e cozinhas, casas de banho e espaços de convívio comuns) que surgem na lista dos Hoscars 2009 - os Óscares dos hostels, atribuídos pelo Hostelworld.com a partir das escolhas de 800 mil clientes que, nos últimos 12 meses, classificaram mais de 20 mil hostels em todo o mundo - ficam a pouca distância uns dos outros. Batemos à porta do primeiro. The Travellers House, na Rua Augusta, é - e não sabemos como enfatizar isto o suficiente - o melhor hostel do mundo. O prédio é antigo, pombalino, e a escada de madeira leva às portas de vidro do primeiro andar. Na parede da sala, num quadro preto, está escrito a giz: "28th 21h 4 euros. Piri-Piri Roasted Chicken Night. The Tipical Portuguese Meal."

Jornal Público 30.01.2009

E estão de parabéns os empreendedores que meteram a mão na massa e fizeram de Lisboa a capital do mundial do hostel. E aqui não é nenhum estudo encomendado à OCDE, que afinal não é da OCDE, que o diz. São 800 mil backpakers que votaram depois de noite dormida e de pequeno almoço tomado.

Eu sou frequentador regular destes tipo de alojamentos, ainda que noutras latitudes. Como é mais ou menos expectável, já tive experiências fantásticas e outras que nem por isso, mas o saldo é francamente positivo. E para cada pardieiro - e o piores foram em New York e Barcelona - há sempre várias casas particulares transformadas com carinho, croissants quentes da padaria do fundo da rua, preciosas dicas de viagem e uma calorosa população babilónica em trânsito.

Eu, pela minha parte, só estou à espera de desculpa para me ir alojar uns dias num dos estabelecimentos mencionados na reportagem. A ver se não acontece nenhuma inundação inesperada lá por casa...

LRO