Que a economia global era cada vez mais um mundo de especulação onde o capital já não reportava a actividades produtivas mas as fórmulas matemáticas e intermináveis operações financeiras de compra, venda, partilha de riscos, compra de créditos e off-shores - novelos obscuros propositadamente complexos de mais para serem regulados, já se desconfiava. Que os obreiros desta economia virtual tenham agido tantas e tão variadas vezes com má-fé - como diversas noticias vindas a lume deixam perceber - sabendo-nos a caminhar para o precipício, surpreende-me. Agora chegados ao terceiro acto, com as bolsas anémicas e as instituições financeiras com a saúde de uma anorética maníaco-depressiva em estado terminal, a atitude ajuda-a-pagar-aí-a-nossa-incompetência dos bulímicos gestores que antes se banquetearam com os lucros da especulação está-me a fazer chegar a mostarda ao nariz!
E se me chega a mostarda ao nariz, passo-me dos carretos e terei que vir para aqui escrever coisas à bruta, sem a devida pontuação e com muitas palavras socialmente reprováveis e não vai ser bonito. Ai não vai não.
LRO