2.10.08

Prazo de validade

Tem sido bonito o fogo de artíficio em redor das casas da Câmara de Lisboa. A génese do espectáculo pirotécnico está na atribuição das casas de modo arbitrário, gerando casos mais ou menos caricatos como a senhora vereadora que auferia 3350 € mensais e pagava uma renda de 146€. Passando ao lado das questões éticas e morais, já objecto de inúmeras análises em locais de maior relevância, concentro-me no factor que não tem sido referido mas que me parece vital nesta questão, até porque no seu equacionamento pode estar a solução do problema: o tempo.

Mais do que a lotaria na atribuição de casas, é duração vitalícia dos contratos que gera estas situações caricatas. Que o Estado, as Câmaras e as Junta de Freguesia tenham mecanismos de apoio parece-me positivo. Que eles se perpetuem no tempo já me parece gerador da inércia por parte de quem recebe esse apoio.

LRO