17.9.08

Quatro em um

Qualquer blog que opine sobre a actualidade tem, mais cedo ou mais tarde, de dedicar um post a esse estadista incontornável que é Alberto João Jardim. Como isto é um facto a que não há como fugir, decidi despachar já o assunto aproveitando a boleia das sábias palavras proferidas pelo senhor no 20º aniversário do Banif onde apelava a uma regeneração dos partidos e fazia referência à regionalização como arma para combater a globalização.

Muitas vezes os meus amigos, bem não são assim tantas vezes mas ainda são algumas, perguntam-me: oh pedro que é que achas do João Jardim? - ali, depois do do e antes do João, costumam introduzir toda a espécie de vocábulos afectuosos, e, não raras vezes, esta pergunta é acompanhada de olhos raiados de sangue e baba a cair pelo canto da boca. É notório que esperam de mim mais achas para a fogueira. Pois bem, aproveitando este pequeno púlpito on-line comunico que tenho duas palavras para o Alberto: admiração e inveja.

Admiração, porque o senhor conquistou um estatuto ímpar na nossa sociedade que lhe permite dizer tudo (e onde se lê tudo é mesmo tudo!) sem que tal afecte minimamente a grandiosidade da sua pessoa. Este senhor, meus amigos, conquistou o direito a chamar filhos da puta às mais altas entidades do Estado de microfone aberto e peito inchado. Este direito é fruto de uma estratégia dialéctica de décadas que começou de mansinho no antigo regime e acabou aos uivos nos apoteóticos comícios do Chão da Lagoa. Uma estratégia no fio da navalha, de tudo ou nada, que aspira à glória eterna mas que pode terminar no Miguel Bombarda.

Inveja, porque gostava de atingir o seu estatuto quando fosse grande, mas isso implica uma dedicação total e um domínio da oratória que não é compatível com a regular degustação de imperiais e consumo de conquilhas, actividade que me ocupa um certo tempo e que não pertendo abandonar.

*nota do autor: para poupar tempo a si leitor e espaço no server da google que aloja este blog, informo que o conteúdo deste post também é válido para o sr. Major Valentim Loureiro, o sr. Avelino Ferreira Torres e o sr. José Castelo Branco.

LRO