12.8.08

a bicicleta

parece que uma bicicleta avança por ter duas rodas - não é correcto - um monociclo, ou um triciclo também avança e não tem duas rodas - uma bicicleta avança porque há duas pernas, uma que trabalha uma vez, outra que trabalha a seguir.

antes de aquilo que quase não chega a ser nem meio post, eu, perneta, não podia avançar - é que parecendo inocente, este post é na verdade uma provocação - fosse eu mais sensível e teria de o qualificar de uma ofensa e uma afronta.

eu vou passar as ferias em santa cruz, que no seu verão-invernoso-vá-lá-num-dia-bom-quase-primavera torna o tema "calor" num tabu absoluto - o mínimo de decência obriga que ninguém me fale em calor - pelo menos entre abril e setembro.

mas o que realmente magoa - o que macera - consegui escrever macera logo no primeiro post - é itália.

itália para quem não conhece, é o único país que interessa - qualquer analista parvo pode estar meses a invejar a irlanda - o milagre asiático - a organização escandinava - uma treta pegada.

itália prova que a organização é uma superstição - uma coisa que se faz por hábito - um sucedâneo de fraco consolo para a imaginação.

portugal católico - ordeiro - e claro supersticioso - passa a eternidade da sua existência a suspirar pela mezinha da ordem - pela redenção da organização - o que é triste - o que é desnecessário.

peço ao público - ao respeitadíssimo público - que já está atento, claro está - que esteja ainda mais atento - que mesmo no mais curto dos comentários - na mais insignificante expressão pode estar acoitado - caraças, macerado e acoitado no mesmo post - um enorme insulto.

agora outro que dê ao pedal.

FRJ